Todo Carnaval tem seu fim: o adeus de duas instituições cariocas

Nunca gostei do Baixo Gávea, ao qual me refiro carinhosamente como Chato Gávea. Mas sempre frequentei. Nunca é exagero, confesso. Sempre também. Mas na época da Segunda sem Lei, pelos anos 90, era o melhor pós-praia e pré-noite das melhores noitadas da semana: as de segunda.

Isso antes de proibições e limitações aos bares do BG que se tornaram necessárias, pois a farra estava indo longe demais.

O tempo passou, eu passei das noitadas para os almoços de sábado com os filhos.

This is the End…

No Hipódromo fiz amizade com Baixinho, que tira chope no balcão que dá pra rua, e João de Deus, conhecido com Boi, mas que é a cara do sargento Pincel.

– Acabou…Estou sem rumo – confessa o garçom mais antigo da casa, com 38 anos de serviços bem prestados.

O bar, que abrigou farras de Cazuza, D2, João Estrella (Meu nome não é Johny) entre muitos outros famosos e anônimos, encerra suas atividades de chopes, linguiças na brasa e pizza depois de 75 anos.

Sem esquecer do anônimo mais famoso do espaço: o saudoso Jorge do Amendoim.

No local abrirá o tal Brewteco – um nome até sugestivo pra turma que costumava se revezar entre as cabines do banheiro e o balcão do Hipódromo. O novo bar tem filiais no Leblon e Barra. E é metido a modernoso.

Logo abaixo a notícia na coluna de Ancelmo Góis, em O Globo desta terça, 21 de outubro.

O fim de uma geração…

A Turuna que vestia e soltava as asas da imaginação de milhares de foliões há mais de 100 anos. O Hipódromo de outras tantas fantasias… como bem resumiu Ancelmo: dói.

Meu coração amanheceu pegando fogo…

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